Foi show, aqui e acolá. Aqui, a Trupe Circus, da Escola Pernambucana de Circo (EPC), esteve presente na abertura do maior São João do Mundo. Onde? Claro que é em Caruaru. Mas como? No palco com Nando Cordel! Compositor e cantor de reconhecido talento, Nando Cordel revelou gostar de agregar outras linguagens artísticas em alguns dos seus shows. E dessa vez a linguagem escolhida foi o circo. Referência em nossa cidade, a EPC foi convidada a participar do show do último sábado (30.05) que abria o São João de Caruaru e o que vimos no palco foi uma integração perfeita entre nossos artistas e a música feita por Nando Cordel. Hammai de Assis, artista da Trupe Circus, pontuou o sentimento de liberdade e alegria ao estar naquele palco, algo só possível pelo tom acolhedor de todos e todas para com os artistas da Trupe. Resultado: um espetáculo com uma receptividade tocante, cheio de energia positiva e que deixou a todos – nós, Nando Cordel e banda – com gostinho de quero mais.
Na mesma noite, acolá – em São Paulo –, Hosani Gomes, Allison Santana e Fátima Pontes levavam o nome da EPC para o “CIRCOS – FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE CIRCO”. Iniciado no último dia 28 e seguindo até o dia 07 de junho, o festival é uma grande empreitada que conta com 28 espetáculos (13 nacionais e 15 internacionais), provenientes de 10 países, mais o Brasil, apresentados em 15 unidades do Sesc espalhadas na Grande São Paulo. Convidada pela Cia. Circo Mínimo (SP), a EPC integrou uma montagem que uniu sete escolas de circo do Brasil (quatro de São Paulo, uma de Pernambuco – a EPC, uma do Paraná e outra do Rio de Janeiro). Em cena, o “Charivari Brasileiro”, título inspirado no momento final dos espetáculos de circo, em que os artistas se despedem do público de forma festiva. O espetáculo tomou o palco do SESC Santo André nos dias 30 e 31 de maio, às 20h e 19h, respectivamente. Um número de mão a mão todo feito em perna-de-pau foi o que mostrou os artistas circenses Hosani Gomes e Allison Santana, com direção e produção artística de Fátima Pontes. Casa lotada nos dois dias e um público caloroso que se envolveu bastante com todos os números, vibrando ao final de cada apresentação. A experiência deu certo. O Sesc São Paulo já pensa em repetir a união de escolas de formação nas artes circenses de todo o Brasil para, juntas, construírem um espetáculo feito especialmente para o festival.
Como representante da EPC e presidente da Rede Circo do Mundo Brasil, nossa coordenadora executiva, Fátima Pontes, esteve presente nas rodas de diálogos e momentos de intercâmbio promovidos pelo festival. Assim, saímos com o sentimento de que as escolas de formação em artes circenses precisam de mais de espaços como esse. Todavia, também precisam que os órgãos fomentadores de eventos com esta característica entendam um pouco mais de como está o processo de formação em circo no Brasil, dada a importância de discutir a valorização de escolas como as que estiverem presentes na construção do “Charivari Brasileiro”, sejam profissionalizantes ou não, de circo social ou não. Não podemos esquecer que elas formam muitos artistas que entram no mercado das artes circenses e mantém acesa a chama dessa arte milenar. Encantadora e necessária. Muito necessária.